O Pires mora em Matosinhos, próximo da lota, na pequena e estreita Rua de São Pedro, mesmo atrás da Marisqueira dos Pobres.
A casa é estreita e pequena, com a sala em comprimentos. Mal se entra, cruzamo-nos com o grelhador interior atrás do balcão, que deve ter uma magnífica tiragem, visto que não deixa o cheiro circular.
A especialidade é a sardinha, podendo ter às vezes para ajudar a dourada, a cavala ou carapau, entre outros habitantes do mar. Para quem não gosta, ele desenrasca uma febra, mas não é disso que o Pires vive.
Por esta banda não há garrafeira, pede-se o vinho da casa, branco ou tinto, maduro ao verde.
CONFISSÃO***
Abri hoje a minha época 2014 das sardinhas. Para esta cerimónia, e tal como de há muitos anos para cá, foi a Matosinhos, ao Pires. Tasquinho com o nome do timoneiro, um antigo pescador que mudou há muito o seu rumo, mas que deste artigo do mar é um especialista.
As sardinhas estavam gordinhas e bem assadas, acompanhadas por uma boa salada de tomate e pimento vermelho. Para quem quiser, traz também a batata cozida.
Hoje, e ao contrário do costume, fechamos o repasto com uma dourada, muito bem trabalhada na grelha, e com um toque de alho que caiu bem.
Para acompanhar, pedimos vinho branco maduro, obviamente da casa, porque outro não há. Não é espingarda nenhuma, mas quando a sardinha está em forma, com mais facilidade o bebemos.
A conta é das que não conta no bolso. Ficou por 10 euros por pessoa, com sardinha, dourada, salada e vinho quanto baste.
Esta é uma boa opção para quem quer comer uma boa sardinhada, em ambiente rústico e simples, a muito bom preço. Se não contarmos mais que isto, saímos do Pires com a barriga cheia e contente, e a lembrança de voltar quando de sardinhas se tratar.